16 May 2017

16 May 2017

sentir Portugal

Antes de mais, desculpa! Desculpa por me ter esquecido de ti durante algum tempo. Quando emigrei era tanta novidade, tantas coisas que antes não tinha acesso e que se tornaram possíveis que te pus para trás por não teres tido a possibilidade de mas dar. Mas agora sei melhor! Sei que tens coisas diferentes para oferecer e estou grata por poder dizer que estou a caminho do balanço entre o país que me viu nascer e o sitio onde estou e de poder usufruir do melhor de dois mundos. Desculpa a demora. Sei que tens defeitos, mas sabes, todos os países os têm e foi preciso afastar-me para ver.
Quando estamos em Portugal apoiamos o nosso país claro, mas gostamos de tudo o que é estrangeiro, o copo da Starbucks e as sandes da Subway, e não damos valor ao que esta ali ao nosso lado todos os dias… como o mar, sempre lá esteve, e havia dias que nem saia de casa porque estava vento, que desperdício, o que nao daria agora para poder pegar no carro, atravessar a 109 e estar ali a levar com a areia nos olhos.
Estar longe faz sentir tudo a dobrar, podes estar distraído no teu dia-a-dia, mas quando dás por ti… choras a ouvir fado, tens o galo de Barcelos em cima do frigorífico, vês o festival da Eurovisao, segues a página do Facebook da tua antiga junta de freguesia e gostas daquelas malgas em forma de alface. E tudo isto não faz de ti parolo! Torna-te aquela pessoa que não vai deixar a cultura portuguesa morrer, e que está ansioso por incluir tudo o que é portugues  nas próximas ferias.
Tenho orgulho em ti e faço questao que as pessoas à minha volta saibam de onde sou... daquele país que é sol e praia e mar e comida e gente boa. E sabe muito bem quando estou no trabalho sentada na minha secretária e passa uma Polaca ou uma Hungara e dizem: Parabéns por Portugal ter ganho xyz


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