Antes de mais, desculpa! Desculpa por me ter esquecido de ti durante algum tempo. Quando emigrei era tanta novidade, tantas coisas que antes não tinha acesso e que se tornaram possíveis que te pus para trás por não teres tido a possibilidade de mas dar. Mas agora sei melhor! Sei que tens coisas diferentes para oferecer e estou grata por poder dizer que estou a caminho do balanço entre o país que me viu nascer e o sitio onde estou e de poder usufruir do melhor de dois mundos. Desculpa a demora. Sei que tens defeitos, mas sabes, todos os países os têm e foi preciso afastar-me para ver.
Quando estamos em Portugal apoiamos o nosso país claro, mas gostamos de tudo o que é estrangeiro, o copo da Starbucks e as sandes da Subway, e não damos valor ao que esta ali ao nosso lado todos os dias… como o mar, sempre lá esteve, e havia dias que nem saia de casa porque estava vento, que desperdício, o que nao daria agora para poder pegar no carro, atravessar a 109 e estar ali a levar com a areia nos olhos.
Estar longe faz sentir tudo a dobrar, podes estar distraído no teu dia-a-dia, mas quando dás por ti… choras a ouvir fado, tens o galo de Barcelos em cima do frigorífico, vês o festival da Eurovisao, segues a página do Facebook da tua antiga junta de freguesia e gostas daquelas malgas em forma de alface. E tudo isto não faz de ti parolo! Torna-te aquela pessoa que não vai deixar a cultura portuguesa morrer, e que está ansioso por incluir tudo o que é portugues nas próximas ferias.
Tenho orgulho em ti e faço questao que as pessoas à minha volta saibam de onde sou... daquele país que é sol e praia e mar e comida e gente boa. E sabe muito bem quando estou no trabalho sentada na minha secretária e passa uma Polaca ou uma Hungara e dizem: Parabéns por Portugal ter ganho xyz
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